quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Hoy que te vás.

Não tem como contar a minha história sem que haja um capítulo exclusivo pro RBD, sobre como eu passava noites dormindo do lado do rádio, me imaginando em um show, eu dublando e coreografando na frente do espelho, todas as vezes que eu deixei de sair pra ver a novela ou algum programa que eles apareciam, o quanto eu chorei e quis protegê-los, abraçá-los, dizer o tanto que eu era louca, alucinada por eles. Eu nunca entendi os julgamentos "ai, bandinha mexicana, mimimi que podre, aff", eu amava cada pedacinho, e sentia todo amor que emanava deles. Eu fui infantil por mais tempo que as outras pessoas da minha idade por viver em função deles, mas isso nunca me atrapalhou, por mais que hoje tudo faça um pouco menos de sentido, eles nunca passaram uma mensagem errada, só aprendi, somaram na minha vida, acrescentaram muito ao que eu sou hoje, e eu sou completamente feliz por tê-los agregado a minha história, por permitir que eles me entretecem e me fizessem feliz. Amo a Nicole aqui dentro que usava camiseta, bandana e tinha o quarto cheio de pôsteres, me orgulho dela. Talvez eu nunca mais sinta isso por outra pessoa fora do meu ciclo de convivência, mas o que eu senti por eles valeu a pena.


segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Sinto muito.

Sinto muito pelo cor de rosa, pelos balões de gás, sinto pelo pôr do sol e o passeio de barco.
Sinto muito pelos cantores, pelo pop morno, o rock clássico, o sertanejo e todo drama das músicas latinas.
Sinto muito pela cama de casal e o jogo de lençol com duas fronhas, pelo inverno e quarto frio.
Sinto muito pelas crianças órfãs que se sentem sozinhas e querem ter uma família.
Sinto muito pelo facebook, amigos, familiares, tias desesperadas.
Sinto pelo romantismo, pela novela e pela música que diz que ama, que morre e vive por alguém.
Sinto muito por não conseguir entrar nesse mundo onde todo se casam na igreja num sábado a tarde.
Eu estou parada na porta, olhando no fundo da sala e imaginando que eu sozinha posso esquentar o sofá.
Eu não tenho medo de ladrão, nem de barata.
Eu consigo lavar meu carro, sair pra jantar e observar a tal da felicidade que mora no coração de tantos casais.
Eu sou completa.
Sinto muito.

Completamente difícil de lidar.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Socorro

É insuportável estar em minha companhia, entender minhas ideias, sentir o mar aberto que existe em meu peito. Existem estradas por onde eu nunca andei e elas são escuras, eu tenho medo do incerto, do que pode haver além do conhecido.
Mas aí eu sinto um cheiro, ouço um ruído, sinto minha pele queimar no sol e, tudo vem à tona, tudo explode como fogos de artificio no réveillon. Uma praia, expectadores, flores no mar, e os fogos iluminando, colorindo, inundando o céu de tumulto.
Ainda é cedo, ainda existem oportunidades. O mar continua me chamando, mas o caminho até o fim é árduo, é em minha exclusiva companhia, é ao som do meu respirar, dos meus passos ansiosos, minha boca seca com um grito entalado.

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Incerto

O vento leva meu pensamento e traz com ele uma reflexão. É assim que o vento funciona, mas eu realmente nunca soube fazer uso dele. Gosto de pensar que entre eu e o resto do mundo exista todo esse cercado de partículas infinitas e invisíveis, me sinto um pouco menos vulnerável.
Refletir na primeira quinzena de janeiro deixa tudo mais clichê e com um ar cômico, vem a tona as promessas de ano novo, as mudanças mirabolantes que as pessoas acham que vão existir no segundo seguinte a meia noite do dia 31/12. Tolas.
Mas além do vento, o mar me faz pensar, pensar além do suicídio e das sereias, me faz imaginar que assim como ele, eu tenho tantas ondas que surgem em segundos e tanta água que ainda não foi tocada, ou sequer imaginada.
Eu sei mentir e minto com mais frequência do que meus amigos e familiares gostariam de saber. Minto sobre como estou, sobre me sentir feliz, e essas mentiras que diariamente são contadas por inúmeras pessoas, mas também minto sobre meu gosto, paladar, sobre pessoas, sobre quem eu sou. E tanta mentira me confunde.
Enquanto olho o mar e sinto a brisa no meu rosto, eu penso em quem eu realmente sou. Quem eu realmente amo, do que eu realmente gosto? Eu nem sei mais.. Já não sei mais se aquela músicas que eu intitulo a minha favorita é de fato a minha favorita, e se aquele prato que eu jurei ser o melhor, eu o fiz pra agradar. Não sei. E tudo se confunde mais a medida que eu vou mergulhando dentro do que eu chamo de eu.
A verdade é que não há mais verdades, não há uma pessoa correta, alguém que seja simplesmente um ser. Existe alguém que compra e tem, que fala e tenta chamar atenção de alguma maneira, mas não existe mais o alguém por trás disso, desse personagem.
Não existe método de terminar esse texto, dele ter algum desfecho, porque eu continuo sem saber quem está digitando.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Um verso.

E pra menina musical que me encanta todos os dias, eu dedico o meu carinho, admiração e vontade de sequestrar.


''Que tal você vir me ver? Você me traz amor, sua voz macia e um carinho pra emendar.
Eu te amaria tudo o que sei amar, me encaixar no seu abraço faria meu coração palpitar.
Que tal você me visitar? Você me embala na sua canção e eu me deixo levar.
Eu cantaria com você e flutuaria como se você fosse o mar.
Eu rimo com ar, pra continuar respirando, sem pirar, pensando em como vai ser quando eu conseguir, enfim, te falar.
Vem me ver, canta pra mim, me ama assim, me deixa feliz, me invade infinito.''



Você fica em pé no canto da sala, e eu passo o dia te olhando. Você tenta se aproximar e eu com medo, não me seguro e entro em prantos. Você tenta me conquistar, eu travo.

O mundo vai e volta e isso é lei. Você quer cantar pra mim e eu tampo os ouvidos, quando te ouço longe, meu mundo flori e você se vai. Fica aqui.

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Ilhada

Como se houvesse um oceano a minha volta
Tudo que me habita é areia e sol
Sou a rocha firme que aguenta a solidão e flutua nas ondas
Tudo que me aflige me dá forças

Cobiço multidões, destruição
Queria ser afetada pelas forças humanas
Pelas ondas que me sugam e inundam
Queria nadar até o mal

Não existe pureza, tampouco inocência
Existe uma peça que substitui meu coração
Peça que bombeia meu sangue e me mantém viva
Me impedindo de viver.

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Como a última música - desconexa.

Todas as cartas escritas, o vento no meu rosto, as panelas tampadas, a música que eu gosto repete no meu celular, fechei os olhos e vi minha mãe chorar. Não consigo mais derramar lágrimas, não tenho nada que demonstre emoções dentro de mim, não existem chances, nem vontade de continuar aqui.
Faz tempo que tudo que eu quero é arrancar a asa do anjo, chutar a porta e sair sem olhar pra trás, não consigo mais saciar meu infinito. Tenho vontade de sangue, quero derramá-lo, não há mais espaço pra isso em minhas veias. Eu quero transbordar.
Eu quero partir. AGORA.
Não vejo proveito nos meus erros, me sinto cada vez mais fraca, mais impura, me sinto esgotada., cansei de ser alguém que eu não quero ser, de não fazer diferença nem pra mim.
Chega dessa essência, vou derramar o que há no frasco.